Dr. Fernando C. Furlan
Ortopedista / Ombro e Cotovelo
CRM/SP 120.271 RQE 62.151
Lesão do tendão da cabeça longa do bíceps braquial
Anatomia do bíceps
O tendão do bíceps possui duas origens, a cabeça longa e a cabeça curta. A cabeça longa se origina no lábio superior da glenoide, enquanto a cabeça curta no processo coracoide. O rompimento da cabeça longa é frequente, enquanto o da cabeça curta é muito raro. Dessa maneira, esse texto vai abordar apenas a cabeça longa.
Porque o bíceps rompe?
O bíceps, assim como outros tendões, pode sofrer um processo degenerativo, diminuindo sua resistência com o passar dos anos. Além disso, outros fatores como anormalidades no seu trajeto e lesões do manguito rotador podem influir. O manguito rotador normalmente recobre toda a porção articular do tendão. Quando o manguito está lesado o bíceps fica exposto e pode ser submetido a trauma e atrito repetido.
Quais são os sintomas da lesão proximal do bíceps?
O paciente costuma reclamar de dor no ombro. Uma equimose grande pode aparecer no braço. Em alguns casos, o músculo retrai, formando o sinal de Popeye, que é o abaulamento formado pelo músculo no braço.
Qual o tratamento?
Caso o paciente seja pouco sintomático, não é necessária cirurgia. Nesses casos, medicação e fisioterapia costumam ser suficientes. Esse rompimento não costuma levar a diminuição de força. Nos casos de dor persistente ou sinal de Popeye que incomode esteticamente o paciente pode ser realizada a cirurgia.
Como é a cirurgia para a lesão do bíceps?
O procedimento é a tenodese, onde o tendão é fixado no úmero. É importante avaliar também o manguito rotador, geralmente com uma ressonância magnética. A associação de rompimentos do bíceps e do manguito é alta. Caso o manguito esteja rompido e o paciente for sintomático realiza-se, na mesma cirurgia, o reparo da lesão do manguito e a tenodese. Após a cirurgia, é necessária a imobilização com tipoia por 4 a 6 semanas, seguido de fisioterapia para ganho do movimento e fortalecimento do manguito rotador e do bíceps.